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Dinheiro INJUSTO GERA POBREZA
(JOÃO VITOR MARIANO)

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DINHEIRO INJUSTO GERA POBREZA
                        Pensando na Campanha da Fraternidade deste ano de 2010, achei oportuno refletir um pouco sobre o perigo do dinheiro e das riquezas injustamente conquistadas.
                        Jesus certa vez disse: “É mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino dos Céus”. (Mt. 19, 24)
                        Diante dessas palavras do Mestre, muita gente deveria tremer. Mas, infelizmente, as pessoas que vivem em função das riquezas, já se tornaram cegas e incapazes de entender que nada do que possuem lhes servirá na outra vida. Lá, só haverá lugar para os bens espirituais. Os ricos, geralmente, são escravos do dinheiro e das riquezas por ele gerada. São impedidos pela insensibilidade de olhar para trás e ver quantos irmãos estão sofrendo por não ter nem mesmo o necessário para uma vida digna. Analisando bem, logo iremos perceber que para cada pessoa que enriqueceu injustamente existe uma centena de irmãos empobrecidos. Sim, é verdade! Não estou exagerando!
                        Não concordo quando alguém emprega o termo “pobre” quando quer se referir àquele que passa necessidades. O correto seria dizer “empobrecido”. Pois quando dizemos “o empobrecido”, subentende-se que alguém o tornou assim. Pobre é aquele que livremente escolheu viver na pobreza. Optaram por um estilo de vida. É o caso dos religiosos. Mesmo assim, passam longe da verdadeira pobreza. Empobrecido é vítima da má distribuição de rendas, do golpe daqueles que precisavam proteger seu patrimônio, dos gananciosos e dos avarentos.
                        Mas nunca é tarde para começar uma nova vida e reparar as injustiças cometidas, devolvendo ao empobrecido o que lhe pertence por direito. Reparar as injustiças é condição indispensável àqueles que um dia querem entrar no Reino do de Deus. Jesus continua condenando, ainda hoje, essa atitude de querer ter cada vez mais e mais. A porta do céu é muito estreita para querer passar por ela levando sacos de dinheiro. É por isso que Ele diz: “Não ajuntem riquezas aqui na terra, onde a traça e a ferrugem corroem, e onde os ladrões assaltam e roubam”. (Mt. 6, 19).
                        Para aqueles que enriqueceram às custas dos outros, é bom refletir um pouco nestas palavras do Profeta Jeremias; “Ai daqueles que constrói a sua casa sem justiça e seus aposentos sem direito, que faz o próximo trabalhar por nada, sem dar-lhe o pagamento. Você não vê outra coisa e não pensa a não ser no lucro”. (Jr. 22, 13. 17).
                        E para aqueles que praticam a idolatria do dinheiro, fica o recado do Profeta Sofonias: “Suas riquezas serão saqueadas, suas casas serão demolidas. Construíram casas, mas não habitarão nelas; plantaram vinhas, mas não beberão seu vinho”. (Sof. 1, 13).
                        A vida do empobrecido é sofrida, mas mesmo assim é muito superior à do rico. Pois a ganância do rico pelo dinheiro é insaciável. Mas de que adianta acumular riquezas, e em troca perder o sentido da vida? “Quem gosta de dinheiro, nunca se sacia de dinheiro. Quem é apegado às riquezas, nunca se farta com ela. Quando as riquezas aumentam, crescem também aqueles que as devoram. Que vantagem tem o proprietário, além de ficar sabendo que é rico? Coma muito ou coma pouco, o sono do trabalhador é gostoso, enquanto a fartura do rico não o deixa dormir. As riquezas que o proprietário acumula são para sua própria desgraça. Em mau negócio, ele perde o patrimônio, e seu filho fica de mãos vazias. Nu ele saiu do ventre de sua mãe, e assim voltará; e de suas fadigas não ganhará nada para levar consigo. Também isso é um mal doloroso. Ele vai embora da mesma forma que veio. Que proveito tirou em ter se afadigado por nada? Ele consumiu seus dias em trevas, entre aflições, abatimentos e irritações”. (Ecl. 5,9-16)
 
                        É por todos esses motivos que Jesus diz que “é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino dos Céus”.
João Vitor Mariano
Uraí - Paraná



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