Resumo de Vida e Obra de Lima Barreto - Julian Padilha Villar; maxmusintelectus.blogspot.com

BIOGRAFIA DE LIMA BARRETO (1881-1922) Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu em 1881, no Rio de Janeiro. Após concluir o curso secundário, ingressou na Escola Politécnica, mas não se formou, deixando-a para assumir a Diretoria do Expediente da Secretaria da Guerra. Mulato de vida sofrida, trabalhou também como jornalista. Depressivo e alcoólatra esteve duas vezes internado no hospício Nacional. Faleceu de colapso cardíaco, em 1922.Procurando escrever para as camadas populares, Lima Barreto adotou um estilo simples, conscientizando o povo sobre a situação de exploração a qual eram submetidos, fazia também criticas aos preconceitos de qualquer espécie.Lima Barreto encaixa-se como um pré-modernista e assim deve ser estudado, é consciente de nossos reais problemas, e ao mesmo tempo critica o nacionalismo ufanista, utópico, exagerado, herdado do Romantismo. O seu estilo, criticado duramente pelos parnasianos de sua época, é outro ponto de contato com o Modernismo: é leve, fluente e propositalmente frouxo para os padrões do final do século XIX, aproximando-se da linguagem jornalística, estilo que faria escola entre vários autores depois de 1922.O Triste Fim de Policarpo Quaresma situa-nos no Universo de Lima Barreto: uma mistura fantástica de critica, análise e humor. O assunto abordado é o nacionalismo absurdo, contudo honesto de Policarpo Quaresma e também o nacionalismo que torna-se perigoso quando manipulado, como as do Marechal Floriano. Publicado em 1911, o livro é uma predição do futuro sobre os regimes autoritários nazifascistas que expandiram-se a partir de 1930: para engrandecer a pátria só um governo forte, ou mesmo a tirania. A educação recebida pelas mulheres, preparadas apenas para o casamento (o romancista foi um dos primeiros a defender o voto feminino) era duramente criticado por Lima Barreto, que criticava também a Republica, que nos levou a ditadura de Floriano, bem como o exagerado militarismo em nossa política.Seus romances estão repletos de traços autobiográficos, suas experiências aparecem refletidas em alguns personagens, principalmente negros e mestiços. Alem de seu valor como romancista, Lima Barreto oferece-nos um perfeito relato dos subúrbios cariocas e de sua população em especial, como autentico cronista.Entre suas obras estão: Recordações do Escrivão Isaias Caminha (1909); Triste Fim de Policarpo Quaresma (1911); Numa e a Ninfa (1915); Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá (1919); Batagatelas (1923); Os Bruzundangas (1923); Clara dos Anjos (publicação póstuma, em 1948), além de contos, crônicas e sátiras.
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