Agosto
(Rubem Fonseca)
Os primeiros fatos da obra Agosto são reais (crime da Rua Toneleros e o suicídio de Vargas). Contudo, o principal personagem, o Comissário Mattos, é fictício. O Comissário, na verdade, é o "alter ego" do autor Rubem Braga. A obra é narrada, em terceira pessoa, do ponto de vista do ingênuo, porém inteligentíssimo, Comissário. Rubem Braga não tece críticas à situação da época; ele, simplesmente, narra os fatos do ponto de vista de alguém correto, vítima de brutalidades políticas e de corrupção policial. O autor entra na história que mancha o país e, por isso, cria este "outro eu" para atingir seu objetivo. Visando dar conotação fictícia à história que envolveu fatos reais, Fonseca cria outros personagens, justamente para dar vida ao seu "alter ego" . É o caso de suas namoradas. A obra, além de tudo, reflete ganâncias e obsessão pelo poder. Apesar de complexa realidade que foi a década de 50, Agosto é uma obra objetiva e fácil compreensão. Com este livro, o autor fornece uma análise imparcial dos conflitos políticos e sociais do contexto histórico em que a obra está inserida (1950-1954) e acaba despontando como um dos mais importantes romancistas contemporâneos. Um dos pontos característicos dessa obra é o intenso paralelismo entre os fatos reais e a ficção que, somados a uma linguagem simples e coloquial, proporcionam ao leitor uma leitura agradável.
Resumos Relacionados
- Agosto
- Estorvo
- Agosto
- Agosto
- Modos De Narrar. In: Para Entender O Texto: Leitura E RedaÇÃo.
|
|