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Sagarana - 3prt
(anabordin)

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VIII
VISITA
AO PADRE ? Major Anacleto, depois do relatório de Laio, mandou selar a
mula e bateu para a casa do vigário. O padre teve de aceitar leitoa,
visita, dinheiro, confissão e o cargo de inspetor escolar. Antes de o
Major sair, o padre contou-lhe que Laio estivera na igreja. Também se
confessara e comungara e ainda trocara duas velas para o altar de Nossa
Senhora da Glória.
DENÚNCIA
DE RAMIRO ? Quando o Major e Tio Laudônio passaram em frente à casa de
Ramiro, o espanhol aproveitou para denunciar Lalino: o mulato estava de
amizade com Nico, o filho do Benigno. Foram juntos à Boa Vista, com
violões, aguardente, e levando também o Estêvão. O Major ficou danado
de zangado. Não via a hora de encontrar o Laio.
EXPLICAÇÕES
? Depois de peregrinar por todas as bandas, o Major voltou para a
fazenda, onde Laio já o esperava. Primeiro o Major xingou o mulato de
muitos nomes feios, depois Laio teve tempo de explicar: era tudo
estratégia política para saber das coisas. Passara, sim, em frente à
casa de Ramiro, mas não o insultara. Dera vivas ao Brasil porque não
gostava de espanhóis. E tinha mais (coisa que o Major não sabia):
espanhol não vota porque é estrangeiro.
IX
A
TRAIÇÃO DE OSCAR ? Houve um período de calmaria política em que Laio
ficou tocando viola e fazendo versos no meio da jagunçada do Major. Um
dia, pediu um favor a seu Oscar, filho do Major: que ele fosse ter com
Ritinha e conversasse com ela, mas sem dizer que era da parte do Laio.
Oscar foi e fez o contrário: falou mal do mulato, disse a Ritinha que o
marido andava fazendo serenata para outras mulheres. Aproveitou a
proximidade e pediu-lhe um beijo. Ritinha expulsou-o, não sem antes
confessar que gostava mesmo era do Laio, que ia morrer gostando dele.
De volta, seu Oscar contou o contrário: que Ritinha não gostava mais do
marido, gostava de verdade era do espanhol.
RITINHA
NA FAZENDA DO MAJOR ? Certa tarde, depois de dormir um pouco na cadeira
de lona, o Major foi acordado com uma barulheira dos diabos. O mulherio
no meio da casa, os capangas lá fora, empunhando os cacetes, farejando
barulho grosso. Ritinha jogou-se aos pés do Major e suplicou-lhe
proteção. Que não deixasse os espanhóis levá-la à força dali. O Ramiro,
com ciúmes, queria matá-la, matar o Laio e, depois, suicidar-se. Disse
tudo isso chorando e falando na Virgem Santíssima.
RAIVA
E ALEGRIA ? O Major mandou chamar o Eulálio e foi informado de que o
mulato estava bebendo juntamente com uns homens que chegaram de
automóvel. Foi a conta: o Major pensou que eram da oposição e começou a
xingar o Laio. Cabra safado, traidor. Ia levar uma surra, pelo menos
isso. Tio Laudônio procurava acalmá-lo. De repente, lá vem o Laio
dentro de um automóvel. E a surpresa foi geral. Era gente do governo,
Sua Excelência o Senhor Secretário do Interior. Aí o Major
desmanchou-se em sorrisos e gentilezas. E a autoridade satisfeita,
elogiando muito o Laio, pedindo ao Major que, indo à capital, levasse o
mulato junto.
DESFECHO ? O Major, contentíssimo, mandou trazer Maria Rita para as
pazes com Laio. Convocou a jagunçada e ordenou: "mandem os espanhóis
tomarem rumo"! Se miar, mete a lenha! Se resistir, berrem fogo!

3- Sarapalha
DADOS TÉCNICOS
NARRATIVA ? Conto narrado na terceira pessoa. O narrador é, pois, onisciente, não participa da história.
PERSONAGENS

Primo
Ribeiro: Na região, vem conseguindo sobreviver à malária. Tem febre e
frio todos os dias, o baço sempre inchado, mas vai vivendo. No início
da doença, foi abandonado pela esposa, Luísa; ela fugiu com outro
homem, um boiadeiro.
Primo
Argemiro: Como Tio Ribeiro, vai sobrevivendo à malária. Os dois moram
isolados, numa região em que a febre já expulsou toda a gente. Apesar
de ter terras em outra região, prefere ficar ao lado de Primo Ribeiro,
tal a amizade que os une.
Prima
Luísa: Mulher de Ribeiro. Morena, olhos pretos, cabelos pretos... muito
bonita. De riso alegrinho, mas de olhar duro. Fugiu com um boiadeiro.
CENÁRIO ? Fazenda do Primo Ribeiro, meio abandonada porque a febre o impossibilitava de trabalhar.
RESUMO
ARRAIAL
ABANDONADO ? Na beira do rio Pará, a malária expulsou a gente de um
povoado inteiro. Deixaram para trás "casas, sobradinho, capela, três
vendinhas, o chalé e o cemitério". Morador, agora, só andando três
quilômetros para cima. Moram ali, na fazenda abandonada, três pessoas:
Primo Ribeiro, Primo Argemiro e uma preta velha que cozinha o feijão de
todos os dias. Os homens não podem mais trabalhar, a malária não deixa.

PASSADO
TRISTE ? Na Certo dia, ainda pela manhã, Primo Ribeiro começou a falar
de morte. Achava que o seu dia havia chegado. Por isso, puxou a
conversa que se referia a uma mulher. Se ela aparecesse, até a febre
sumia. Ribeiro confessa que tem Argemiro na conta de irmão. Por isso,
tem coragem de remexer o passado. Estava casado com ele há apenas três
anos, e a ingrata fugiu com outro. Argemiro quis ir atrás dos dois.
Queria matar o homem e trazer a mulher de Ribeiro de Volta.
LEMBRANÇAS
AMARGAS ? Agora, Ribeiro não tem vergonha de confessar: não foi atrás
dos dois porque, se fosse, a obrigação era matá-los. Mas faltava-lhe,
já naquela época, a coragem. Talvez por causa da malária. Argemiro
também soltou a imaginação. Chegou a sentir ciúmes dela com o marido. E
veio o boiadeiro, ficou três dias na fazenda, com desculpa de esperar
outra ponta de gado... "Não era a primeira vez que ele se arranchava
ali. Mas nunca ninguém tinha visto os dois conversando sozinhos... Ele,
Primo Argemiro, não tinha feito nenhuma má idéia..."



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