Eu E Outras Poesias
(Augusto dos Anjos)
Eu, única publicação do visceral Augusto dos Anjos, reúne sua obra poética. No livro, os apresentados a uma incomum - e igualmente interessante - linguagem, que privilegia o cientifisicmo, através de termos da literatura médica ("Eu, filho do carbono e do amoníaco", verso de "Psicologia de um vencido"). Muitas vezes paradoxal, seus poemas conduzem o leitor a uma obsessão com a morte simultânea a sua aversão a ela. Fala de si mesmo, da doença que o vitimou (tuberculose), da humanidade, dos sentimentos, do banal; tudo carregado de um niilissmo que beira as rias do insuportável - mas sempre mantendo linguagem e técnica impecáveis. O vocabulário e as imagens poéticas, que incluem expressões como "escarra esta boca que te beija" (de "Versos íntimos), levaram os críticos da época a considerá-lo um poeta de mau gosto. Todavia, Augusto dos Anjos demonstra uma visão de mundo como a de Machado de Assis - apsar de não se manifestar do mesmo modo sutil, mas é igualmente poderosa. O poeta é um enigma humano: parnasiano na forma e simbolista na imagética, Augusto dos Anjos mostra nesta obra por seu estilo único e inconfundível, carregadode pessimismo, de angústia em face de problemas e distúrbios pessoais, bem como das incertezas do novo século que despontava, trazendo consigo a ameaça de uma guerra mundial. No já citado"Psicologia de um vencido", revelador a partir do título, temos a recorrência dessa visão de mundo, das imagens e palavras antipoéticas, e um sugestivo auto-retrato, que se assemelha a uma caricatura, rompendo com os limites estéticos do belo e do feio, numa postura típica dos melhores expressionistas
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