Opiáceos
(José Caetano Tavares)
OpiáceosO ópio é obtido do suco seco das cápsulas de Papaver somniferum e contém inúmeros alcalóides, entre eles a morfina, a heroína e a codeína, todos com propriedades narcóticas, substâncias que, em doses terapêuticas, reduzem a sensibilidade, combatem a dor e produzem sono. Em doses elevadas, provocam estupor, coma ou convulsão.Não há estimativas seguras do número de pessoas dependentes de opiáceos nos Estados Unidos. Contudo, o abuso dos mesmos vem sendo um problema há mais de 100 anos. Entre os opiáceos mais usados ilicitamente nesta sociedade pelo tráfico de drogas, encontra-se a heroína, substância derivada da morfina, com acentuado poder de desenvolver dependência.Os opiáceos promovem redução da ansiedade, alguma sedação e sensação de bem-estar ou euforia. Este efeito parece importante por sua utilidade clínica e também por seu potencial de abuso.Encontramos dois padrões básicos do uso de opiáceos: um relacionado ao uso médico dessas substâncias e o outro ao uso não médico. O primeiro envolve indivíduos que fazem uso inicial da substância durante tratamento médico e obtém seus suprimentos iniciais através do médico, mantendo-os através de medicamentos lícitos e não se associando a toxicómanos. Considerando a frequência com que os opiáceos são usados na clínica médica, a dependência química como complicação do tratamento médico é rara, mas passível de ocorrer. O segundo começa com o uso experimental da droga, evoluindo para uso intenso. As doses são conseguidas ilicitamente, apresentando grau variável de pureza. Este grupo é formado em especial por adolescentes e jovens, prevalecendo os do sexo masculino.Os opiáceos reduzem a dor, a agressão e o impulso sexual. A aplicação intravenosa rápida produz calor e rubor na pele e sensações na região hipogástrica, conhecida como êxtase. As complicações médicas comuns entre os toxicómanos incluem abscessos cutâneos, celulite, tromboflebite, septicemia, endocardite, hepatite, AIDS, tétano, e abscessos pulmonares, cerebrais e subcutâneos, decorrentes sobretudo do uso de agulhas contaminadas e lesões neurológicas e musculoesqueléticas devidas a reações de hipersensibilidade. A morte súbita sobrevêm a uma dose excessiva do narcótico que, em geral, constitui consequência acidental das flutuações na pureza da heroína ilícita ou à reação anafilactóide, resultante da injeção intravenosa da droga contendo impurezas.Um notável grau de tolerância aos efeitos euforizantes se desenvolve rapidamente. Dessa forma, o toxicómano, para sentir os mesmos efeitos conseguidos inicialmente com doses menores, precisa aumentar constantemente a dose. Esta tolerância desaparece quando se suspende completamente a sua administração.O caráter e a severidade dos sintomas de abstinência, que aparecem quando se interrompe a administração de narcóticos, dependem da droga utilizada, da dose total diária, do intervalo entre as doses, da duração do uso e da saúde e personalidade do usuário.O quadro clínico da síndrome de abstinência da morfina e da heroína inicia-se cerca de seis a dez horas após a última dose. Os sintomas iniciais em ordem de aparecimento são lacrimejamento, rinorréia, bocejos, sudorese, sono agitado, despertar agitado, anorexia, agitação, irritabilidade e tremor. Estes são seguidos por irritabilidade crescente, insónia, bocejos e espirros violentos, midríase, fraqueza, depressão, náusea, vómito, diarreia, cólica abdominal, taquicardia e hipertensão arterial. Raramente observam-se convulsões ou colapso cardiovascular. Característicos são os calafrios marcantes, que se alternam com rubores e sudorese excessiva; a dor óssea e muscular, e os espasmos musculares. Pressupõe-se que estes sintomas contribuam para a tendência dos dependentes em opiáceos a retornar após a abstinência.Os sinais de abstinência no recém-nascido de mãe que tomou opiáceos durante a gravidez incluemirritabilidade, choro excessivo, tremores, hiperreflexia, aumento do ritmo respiratório, evacuação aumentada, espirros, bocejos, vómitos e febre.Os opiáceos mais comumente usados, lícita ou ilicitamente, são a metadona, a meperidina, a morfina, a heroína e a codeína.
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