Parnasianismo
(Felipe Jesus)
Parnasianismo (1882-1893)
O Parnasianismo surge a partir da segunda metade do séc. XIX, reagindo contra o sentimentalismo e a subjetividade romântica. Eles procuravam uma poesia mais cerebral, em que o belo deveria ser alcançado por meio de um trabalho meticuloso.
Origina-se de Parnasus, região montanhosa da Grécia. Segundo a lenda, ali moravam os poetas. Alguns críticos chegaram a cinsiderar o Parnasianismo como uma espécie de Realismo na poesia. O autor Realista percebe a crise da “síntese burguesa”, já não acredita em valores da classe dominante, em compensação, o autor parnasiano mantém uma certa indiferença frente ai drama cotidiano, isolando-se numa “torre de marfim”, elaborando teorias de acoedo com hedonismo, ou seja, preocupação com o prazer individual.
Características do Parnasianismo:
· Impessoalidade e objetividade: evitando fazer confissões pessoais, o poetas parnasianos procuravam fazer descrições objetivas de cenas e coisas, numa poesia pictórica, retratista,contrária a idealização romântica. Vasos,estátuas, elementos exóticos, históricos, filosóficos, arqueológicos e mitológicos.
· Visão carnal da mulher: ao contrário dos românticos que descreviam a mulher idealizada, os parnasianos a descrevia como fêmea desejada e sadia.
· Arte pela arte: para os parnasianos a verdade era igual à beleza, e a beleza residia na forma;portanto, a arte não teria outra finalidade além da criação da beleza, não teria qualquer compromisso,não existiria função da sociedade, da religião, da moral etc. O único compromisso da arte seria com ela mesma, contudo veremos que os brasileiros não seguiram a risca este princípio.
· Culto da forma: em conseqüência da fórmula verdade= beleza = forma, os parnasianos buscaram a perfeita expressão, do que decorre.
a) predominância da técnica sobre a inspiração, da forma sobre i conteúdo;
b) assimilação dos ideais das artes plásticas, comparação doa poeta com o pintor, o escultor, o ourives;
c) procura da rima rica, rara, ou resultante da combinação de categorias gramaticais diferentes, aversão aos termos cognatos (originários da mesma raiz);
d) retorno aos modelos clássicos greco-latinos e alusão à mitologia;
e) correção gramatical, uso de vocábulos raros, inversão frasal;
f) procura da palavra perfeita (mot juste);
g) predileção pelo soneto, abandono do verso branco;
h) repúdio a hiato, encontro de duas vogais no fim de uma palavra e no princípio de outra: be/le/za é ân/sia;
i) sonetos terminados com “chave de ouro”, isto é, com um verso final bem escrito, procurando condensar uma idéia e arrematando o poema com um belo efeito.
Parnasianos da prosa: Rui Barbosa, Coelho Neto, Xavier Marques, e outros.
Principais autores:
· Olavo Bilac: um dos poetas mais combatidos pelos modernistas por apresentar certos traços romântico em sua poesia. Ele tem como característica dominar a poética e a língua, devido a sua extrema preocupação com o refinamento formal.
Obras:
Poesia: Poesias (“Panópilas”, “Via-Láctea”. “O caçador de esmeraldas”, “Sarças de fogo” e “Alma inquieta”) (1888); Sagres (1898); Poesias infantis (1904) e Tarde (1919).
Prosa: Crítica e fantasia (1904); Tratado de versificação (1905), em co-autoria.
· Raimundo Correia: sua poesia tem um tom melancólico e pessimista no questionamento da vida e sua transitoriedade. Porém, foi um mestre na construção verbal, caracterizando-se pela escolha prefeita do vocábulo e pelo domínio do verso e da língua. Seus poemas também serviram como ação política e social e as vezes com um fundo filosófico e ideológico.
Obras:
Poesia: Primeiros sonhos (1897); Sinfonias (1893); Versos e versões (1897); Aleluias (1891) e poesias (1898).
· Alberto de oliveira: sua obra revela excessiva preocupação formal, gosto por preciosismos e sintaxe rebuscada. O exotismo, o sentimento contido, as imagens sugestivas, a linguagem às vezes nobre, mas sem arcaísmos, a tendência às descrições da natureza e as coisas antigas, a melancolia e saudade são características de sua poesia.
Obras:
Poesia: Canções românticas (1877-78); meridionais (1884); Sonetos e poemas (1895); Versos e rimas (1895) e Ramo de árvore (1922).
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