Caixinha preta...
(Oswaldo Costa)
As mudanças nas estruturas dos pensamentos, na intensidade e na direção dos sentimentos e o despertar para novas realidades que até então estavam escondidas sob escombros emocionais causados geralmente por falsas ilusões egoístas, engendradas por uma mente embebida em anos de inércias e reações, foram acontecendo, num primeiro momento, vertiginosamente e quando achei que já estava pronto para novas lições, aprendi a grande lição...não pode haver descuido, principalmente no início, na inexperiência de estar recomeçando.Foi um baque!As lutas travadas a partir daí foram ferrenhas. Sequências infinitas de erros e acertos que me levaram a conclusões muito interessantes. A primeira delas foi a de que viveremos e morreremos com a divina missão de aprender...eternamente.Com esse objetivo em mente fica mais fácil viver e morrer, pois estamos no papel de aprendiz, como condição básica, com o dever de nos esforçarmos para trilhar os caminhos escolhidos da melhor maneira possível, aproveitando e tirando o supra sumo de todas as lições do nosso caminhar, dentro das nossas escolhas, pois somos responsáveis pela letra escrita nas páginas diárias de nosso livro...páginas em branco ou mal escritas nos levam geralmente a trilhas mais longas...não necessariamente ruins, a depender da nossa absorção das experiências vividas, porém com um certo desperdício do tempo, que nos é tão valioso. Precisamos dele para aprender,aprender o tempo todo, com toda a intensidade e de todas as formas...aprender a amar!Este é o princípio, o caminho e o fim. O responsável por todas as mudanças a que me referi; as quedas e as voltas, tudo...absolutamente tudo vem da vontade, do desejo de dedicar todo o tempo a aprender a amar...amar tudo e todos...incondicionalmente!Descobri que a maioria dos atritos humanos, vêm do medo do desconhecido e da necessidade real de conhecer o outro. Mas como conhecer o outro se não conhecemos a nós mesmos?! E como conhecer a si mesmo se mentimos pra nós, o que é muito difícil...mas mesmo assim nos ludibriamos e escondemos no fundo, naquela caixinha preta que todos nós alimentamos, na qual guardamos tudo aquilo que não temos coragem de revelar...nem pra nós mesmos. Tenhamos a coragem e a frieza de começar do zero e analisarmos nosso espírito a fundo; buscar nosrecônditos da alma as virtudes e as fraquezas de nossa ínfima posição.Tenhamos atenção com o que pensamos, cuidado com o que falamos e gentileza nas ações...agirmos sob a bandeira da gentileza é a verdadeira justiça que tem como base o amor fraterno.Pensamentos, palavras e ações precipitadas, disvirtuam nosso caminho, mascarando situações e cegando-nos a ponto de não enxergarmos o óbvio; que estamos todos na mesma escola e dependemos, para o funcionamento perfeito da máquina, da união de todos, pois somos como engrenagens cujo óleo que mantém azeitada essas interrelações é o amor...o entendimento de que o outro tem o mesmo objetivo nosso, que é ser feliz, nos une numa imensa massa, que apesar das incompreensões mútuas, um dia enxergarão no outro a si próprios.Quando não se conhece, não se pensa, não sobra tempo,tudo é mais difícil,os obstáculos surgem como cogumelos em dia de sol e não sabemos o que fazer para superá-los.Se quisermos mudar algo, mudemos a nós mesmos...abramos nossa caixinha preta!
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