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Caracteristicas do Marxismo no texto de Kátia de Queirós
(Roberta de Carvalho)

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(...) de fato fez-se no Brasil uma escravidão que deve, em primeiro lugar, contribuir para o desenvolvimento de um tipo de produção agrícola, de metais nobres e pedras preciosas, e nos centros urbanos, de uma produção artesanal e de serviços sociais. Relações de exploração bem mais próximas de certas modalidades de escravidão antiga que da servidão patriarcal africana.
Esse ressurgimento de um modo de produção muito antigo desenvolve-se no âmago de uma economia capitalista em expansão, através de formas novas que coexistem com as antigas para criar um conjunto original. Pode-se realmente falar de relação de produção e de exploração de maneira idêntica, quando se trata de serviços sociais como o transporte de mercadorias , a navegação, as tarefas domesticas? O escravo que aluga seus serviços no mercado de trabalho é explorado e explorador ao mesmo tempo? O escravo que é também possuidor de escravo será escravo e senhor? Existem varias espécies de escravos, entre essas e outras classes sociais?
Somente se podem sugerir respostas a tais perguntas conhecendo melhor a infinitas variedades de condições materiais e efetivas experimentadas pelos escravos brasileiros nos três séculos de sua historia.
Neste texto de Kátia de Queirós, encontramos algumas características marxistas, uma vez que a autora enfatiza o trabalho que na visão marxista é colocado como categoria central na vida humana, característica da forma capitalista de produção. È a desumanização de si, enquanto homem, e de todos os homens.
A sede pela propriedade privada, o lucro, a avareza, a concentração de renda, tornam o capitalismo sem alma, exploradores do trabalhador que se vê obrigado a vender a sua força de trabalho ou se tornarem escravos – único meio de produção que detem.
Outra característica marxista diz respeito aos produtos das relações econômicas de época. Assim apesar das diversidades aparentes, escravidão, servidão e capitalismo como estão claros no texto, são etapas sucessivas de um processo único. A base da sociedade é a produção econômica. Sobre esta base econômica se ergue uma superestrutura, um estado e as idéias econômicas, sociais, políticas, morais, filosóficas e artísticas. E surgem novos modos de produção que como esta no texto “desenvolve-se no âmago de uma economia capitalista em expansão, através de formas novas que coexistem com as antigas para criar um conjunto original...”.



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