Iracema
(José de Alencar)
Livro cansativo: Numa atmosfera lendária, de exótica e delicada poesia, desenrola-se a história triste dos amores de Martim, primeiro colonizador português do Ceará, e Iracema, jovem e bela índia tabajara, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asas da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira, filha de Araquém, pajé da tribo dotado de sabedoria e da liderança. Martim saíra à caça com seu amigo Poti, guerreiro pitiguara, e perdera-se do companheiro, indo ter aos campos dos inimigos tabajaras. Encontra Iracema, que o acolhe na cabana de Araquém, enquanto volta Caubi , seu irmão, que reconduziria o guerreiro branco, são e salvo às terras pitiguaras. Iracema, porém, apaixona-se por Martim, traindo o segredo de jurema, que guardava como virgem de Tupã. Acompanha o esposo, deixando na sua tribo um ambiente de revolta, acirrado pelos ciúmes de Irapuã, destemido chefe tabajara. Desencadeia-se a guerra da vingança, e os tabajaras são derrotados; Iracema confunde as venturas do amor com as amargas tristezas que despertam os campos juncados de cadáveres de seus irmãos. Ao remorso e saudade outra dor se lhe acrescenta; o arrefecimento do amor de Martim que, para amenizar a nostalgia da pátria distante, ausenta-se em longas e demoradas jornadas. Num dos seus regressos, encontra Iracema às portas da morte, - exausta pelo esforço que fizera para alimentar o filhinho recém-nascido, a quem dera o nome de Moacir, literalmente na sua língua, filho da dor. Iracema após a chegada de Martim se entrega. Martim enterra o corpo da esposa e parte, levando o filho e a saudade da fiel companheira.
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