O Cortiço - análise
(patativa)
Aluísio Azevedo, nesta obra específica, montou um enredo a partir de descrições precisas nas quais o próprio cortiço torna-se a personagem mais convincente do romance. Há uma crítica social feita ao capitalismo selvagem e à despersonalização do ser humano.
Escrito em linguagem bastante sinestésica cria fortes à nossa frente onde surgem grande diversidade de tipos humanos sob o estigma de um único lugar - O Cortiço- buscando comprovar através do desenrolar da trama que o homem é produto do meio e, dentro deste, só pode sobreviver o mais forte (romance de tese).
Há trechos onde a degradação do ser humano reduzido à condição de animal e a intenção do autor em revelar a miséria social do proletariado urbano ficam muito claras. Ora os moradores do cortiço são comparados a insetos e animais (zoomorfização), tendo sua individualidade desprezada frente à força do coletivo, ora o cortiço sofre processos de antromorfização.
Durante toda a narrativa as personagens são descritas de forma a destacar a influência do meio em seu comportamento e a preponderância do biológico, do instintivo em suas decisões e atitudes (determinismo).
Jerônimo, por exemplo, depois de se apaixonar pela mulata Rita Baiana, passa de homem honesto a vagabundo, transformação esta, indicada como sinal de “abrasileiramento” da personagem.
O sexo, como força natural e instintiva, é supervalorizado, degradante e distorcido, levando ao adultério, a desvios de sexualidade, à prostituição e ao lesbianismo.
Quanto à mulher, idealizada no Romantismo, surge sob posicionamentos diferentes: a mulher objeto, inferior e submissa dentro de uma estrutura social bem definida; e a mulher sujeito, que independe do homem.
Por fim, o cortiço de João Romão se transforma em “Estalagem São Romão” e passa a atender outra classe de pessoas, enquanto outro cortiço se forma a seu lado (o “Cabeça-de-Gato”) atendendo às necessidades dos antigos moradores do cortiço de João Romão.
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