ADEMIR PEDE URGÊNCIA NA VOTAÇÃO DE FINANCIAMENTO PÚBLICO DE CAMPANHA



O senador Ademir Andrade (PSB-PA) disse que a denúncia de irregularidades nas contas da campanha eleitoral de reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso demonstra que esta é a hora de o Congresso aprovar a lei que institui o financiamento público de campanha. Em pronunciamento feito nesta terça-feira (dia 14), o senador defendeu uma alteração urgente na legislação eleitoral.

Ademir concorda que o povo ainda não compreende a destinação de dinheiro público para campanhas eleitorais, enquanto tantas outras necessidades sociais não encontram amparo, e defendeu a realização de uma campanha, pelo governo, para explicar à população os benefícios desse tipo de financiamento. Os eleitores, disse o senador, precisam saber que o empresário que financia determinado candidato, com certeza vem cobrar a fatura depois em forma de projetos que o favoreçam.

- Muitos políticos são eleitos compromissados com essa elite que o financiou - disse.

É dessa forma, afirmou o senador, que o Brasil tem hoje um Congresso "extremamente conservador, que recusa propostas inovadoras ou que beneficiem a maioria da população, como a distribuição da terra". O parlamentar acredita que o financiamento público de campanha não eliminará de pronto "o caixa dois", mas poderá trazer à Casa representantes que estejam mais de acordo com as aspirações da população.

Ademir afirmou ainda, em seu discurso, que o povo precisa saber que o governo vem reservando quantias muito maiores para o pagamento da dívida externa, por exemplo, do que para investimentos sociais. O governo, na opinião do senador, deveria esclarecer que está reservando, no Orçamento 2001, uma previsão de R$ 140 bilhões para o pagamento das dívidas externa e interna.

Em aparte, o senador Edison Lobão (PFL-MA) disse que vários outros presidentes, antes de Fernando Henrique, também contraíram empréstimo no exterior. O senador José Eduardo Dutra (PT-SP) o rebateu afirmando que a diferença entre estas dívidas e a atual é que os outros presidentes investiram em infra-estrutura e hoje "não se aplica em nada".

14/11/2000

Agência Senado


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