Arthur Virgílio aponta equívocos no governo Lula



Numa análise das primeiras iniciativas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o líder do PSDB no Senado, senador Arthur Virgílio (AM), afirmou que -até aqui, o presidente logrou alcançar um único resultado, o de espalhar intranqüilidade às nossas populações-. No discurso, o parlamentar enumerou o que considera equívocos do novo governo.

De acordo com o senador, o grande erro do presidente foi não aproveitar o maciço apoio que a opinião pública lhe deu nos primeiros meses de governo para fazer planejamento.

- Em vez de planejar, Lula preferiu rodear-se de marqueteiros e apregoar que lançaria rompante programa a que chamou de espetáculo do crescimento. Não deu certo e à população apenas restaram ilusões - disse.

O líder definiu como -espetáculo- o loteamento político de cargos no serviço público e, como exemplo, mencionou a demissão de um diretor da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) porque a esposa, a deputada federal Maninha (PT-DF), -ousou votar como mandava sua consciência no capítulo da reforma previdenciária-.

Arthur Virgílio citou ainda a situação de cinco diretores do Instituto Nacional do Câncer (Inca), que se demitiram voluntariamente porque -o loteamento colocou uma ilustre desconhecida no cargo de diretor de administração do hospital-. O senador disse que a diretora, Zélia Abdul Nacif, entende tanto de administração quanto ele de análise quântica.

No mesmo discurso, o senador apontou também equívocos no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e na política de reforma agrária. Amparado em noticiário do jornal O Estado de S. Paulo, disse que, em todo o país, -a moda é nomear superintendentes regionais provenientes do MST ou avalizados pelo movimento-.

Outro equívoco foi apontado pelo líder na proposta de reforma tributária do governo.

- É um espetáculo que se está desdobrando em um outro espetáculo subsidiário, que é o espetáculo da intranqüilidade. Sem mais nem menos e pela palavra autorizada do ministro [Antonio] Palocci, o governo petista prepara-se para criar uma alíquota de 35% para o Imposto de Renda - afirmou.

Artur Virgílio avisou que o PSDB não votará a favor dessa nova ameaça ao contribuinte nem da perenização da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

- Não é hora de pensar em sufocar a classe média, com mais e mais impostos. Nem mesmo em nome de pretenso benefício à população - advertiu ele.



29/08/2003

Agência Senado


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