Arthur Virgílio vê "bateção de cabeça" no governo Lula
O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) afirmou que o país tem assistido nos últimos seis meses assiste apenas à inanição do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o senador, o que há é um quadro de -querelas entre ministros e muita bateção de cabeça, cada um querendo comprar brigas e questões a qualquer preço, menos em nome da realização de alguma coisa positiva para a nação-. Lula ainda não conseguiu alavancar, por exemplo, o programa de maior repercussão - o Fome Zero.
- Nesse mês de junho, houve muito anúncio de programas novos, como o do microcrédito e o do Primeiro Emprego. Como o Fome Zero, tudo ainda está no papel, com previsão de efetivo funcionamento só daqui a seis ou mais meses. Enquanto isso, ampliam-se as queixas e as angústias das camadas mais pobres da nação e, já agora, também da classe média, esta atingida duramente pelas incertezas, pelos volteios e pela falta de ação prática do governo Lula - afirmou.
Para Arthur Virgílio, não se sabe onde o governo vai chegar, mas se sabe que não vai chegar a um desfecho feliz. Ele disse que todos os esforços do governo estão concentrados nas duas propostas de reformas em exame no Congresso Nacional e boas idéias estão sendo descartadas sob o pretexto de que podem atrapalhar as reformas. Como exemplo, o senador citou proposta do senador Osmar Dias (PDT-PR) que reduz o preço do pão cobrando uma alíquota menor na transferência do trigo de um estado para outro.
- O que o projeto refugado pelo PT pretende não é reduzir alíquotas de bebidas nem de cigarro. É do pão. O pão nosso de cada dia. A aprovação do projeto do senador Osmar Dias significaria dar uma oportunidade para o trigo brasileiro, em vez de privilegiar o trigo argentino. A preferência pelo trigo importado significa gerar emprego no exterior, em detrimento das lavouras brasileiras.
04/07/2003
Agência Senado
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