Brasil e EUA se reúnem para ampliar parceria para promoção de igualdade racial



Representantes do governo e sociedade civil do Brasil e dos Estados Unidos (EUA) participam nesta semana da Reunião para Implementação do Plano de Ação Conjunta para Eliminação da Discriminação Etnorracial e Promoção da Igualdade. O encontro acontece em Atlanta, nos EUA.

Em reuniões preparatórias, o governo norte-americano revelou intenção de ampliar a parceria com o Brasil. Os EUA também pretendem firmar planos semelhantes com Colômbia e Venezuela, países que têm significativa população afrodescendente.

Para Milton Drucker, chefe do escritório para o Brasil e Hemisfério Sul do Departamento de Estado dos EUA, o tema do encontro desta semana deveria ser um “convite para agir”, uma disposição que reflete a insatisfação já manifestada por representantes da sociedade civil brasileira quanto ao ritmo de implementação das ações conjuntas.

O plano bilateral foi lançado há dois anos e atualmente passa por fase de avaliação. O documento prioriza áreas como a educação, saúde e justiça ecológica. O Departamento de Estado, equivalente ao Ministério das Relações Exteriores, afirma que “milhões de dólares” devem ser investidos pelos norte-americanos para realizar intercâmbio de experiências e programas de parceria entre governos, sociedade civil e empresas privadas.

“Os pesquisadores brasileiros, por exemplo, têm avançado muito no estudo da anemia falciforme, que acomete principalmente a população afrodescendente. Já nos Estados Unidos temos trabalhado muito na sensibilização da polícia contra o preconceito e contra a ação baseada na aparência. São experiências que podem ser aproveitadas mutuamente”, acredita Milton Drucker.

O chefe de escritório não acredita na imposição de modelos de políticas públicas, mas ressalta a importância das ações afirmativas para a promoção da igualdade racial. Drucker evita fazer comentários sobre as cotas nas universidades, pois considera o tema “delicado politicamente”. No entanto, o diplomata norte-americano – que já trabalhou duas vezes no Brasil – ressalta que o sistema foi necessário nos EUA, mesmo após o fim da segregação racial legalmente constituída.

Segundo ele, nos últimos anos, o número de instituições de ensino norte-americanas que adotam esse sistema diminuiu porque a entrada de estudantes negros nas universidades atingiu patamares considerados satisfatórios. “O problema de acesso ao ensino superior no Brasil deve ser resolvido como os brasileiros acharem melhor. Seja com cotas, ações afirmativas ou universidades para negros, modelos que foram adotados aqui em variados momentos.”


Fonte:
Agência Brasil



24/07/2010 05:42


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