Cristovam classifica o Brasil de "nação em risco"



O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) chamou a atenção, nesta quinta-feira (28), para um estudo do Ministério da Educação que aponta a existência de um contingente expressivo (20%) de professores que teriam formação abaixo do grau exigido para as classes em que lecionam. Conforme o levantamento, feito com base no Censo Escolar de 2007, há professores que só cursaram até o ensino médio; outros que têm curso superior, mas não o diploma de licenciatura; e outros que só tem o curso normal, o que é insuficiente para ensinar alunos de 5 à 8ª série.

Para o parlamentar, esses dados revelam o grau de insegurança do país, na mesma linha do que já foi detectado há alguns anos em relação aos Estados Unidos por um estudo divulgado durante o governo Clinton.

- Podemos, como o relatório de Clinton, considerar o Brasil uma nação em risco. Aonde vão estar essas crianças daqui a 10 ou 15 anos se os seus professores não estão em condições de dar aulas, levada a lei ao pé da letra? E como estará o país carregado por elas? - questionou Cristovam.

Citando reportagens, o senador observou que do total de 1,8 milhão de professores da rede pública de ensino, 594.000 não têm curso superior. Essa estatística comprova o fato de que o Brasil está atrasado no preenchimento dos cargos de professores com pessoal de nível universitário.

O Problema, no entender de Cristovam, é que não adianta o MEC exigir o diploma, porque a maior parte dos professores não tem como custear seus estudos. Por outro lado, muitos professores com diploma fogem dos baixos salários do magistério.

Continuando a enumerar os problemas detectados pelo censo, o senador alertou para outro dado alarmante: 127 mil professores trabalham em áreas diferentes daquelas nas quais se formaram. E citou exemplo de um professor de matemática que está dando aula de educação física.

- Nós estamos preocupados com a corrupção e devemos estar, mas em algum momento vamos por os corruptos na cadeia e o país não será destruído por isso, mas os problemas da educação podem destruir o Brasil. A não ser que a gente chegue à conclusão de que a corrupção é que causa essa situação e que o dinheiro da educação está indo para o bolso de alguém - cogitou Cristovam.

O senador, no entanto, continuou seu raciocínio dizendo que "não é exatamente assim":

- Nós sabemos que todo esse dinheiro da corrupção maldita que desmoraliza a classe política não seria suficiente para resolver o problema educacional.

O parlamentar defende como ponto de partida para a solução "uma vontade séria". E essa vontade séria, de acordo com ele, estaria sendo bloqueada pela falta de percepção de que o país está em risco.



28/05/2009

Agência Senado


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