Íris Resende posiciona-se contra a contribuição previdenciária dos inativos



O senador Íris Resende (PMDB-GO) posicionou-se contra a instituição da contribuição previdenciária para os inativos. Ele lembrou que o mecanismo foi tentado várias vezes e rejeitado pelo Congresso Nacional. Também em quatro decisões consecutivas, o Supremo Tribunal Federal considerou a medida "afrontosa à Constituição", afirmou.

As negociações que o governo fez com o Fundo Monetário Internacional para liberar um empréstimo de US$ 15 bilhões, envolvendo a elevação da previsão de superávit primário de R$ 32 bilhões para R$ 40 bilhões no ano 2002, também foram questionadas pelo senador. Ele registrou que o acordo implicará em cortes que atingirão a área social.

- Não podemos, em hipótese nenhuma, para cobrir interesses internacionais, despir em torno de 40 milhões de brasileiros. Não queremos somente aquela assistência imediata, o socorro necessário aos que passam fome, aos que não têm casa para morar; queremos que se planeje uma política econômica que não prejudique nosso processo de desenvolvimento e permita a geração de empregos - defendeu Íris Resende.

O senador por Goiás também criticou o anúncio feito pelo presidente Fernando Henrique Cardoso de que o reajuste dos salários dos servidores públicos a partir de janeiro do próximo ano será de 3,5%. Íris Resende disse que o percentual não corrigirá as perdas verificadas nos últimos anos e sequer será suficiente para cobrir o aumento das tarifas de energia elétrica, telefone, correios e combustíveis.

- O que estamos novamente assistindo é uma clara interferência externa nos destinos do país. O que verificamos é a quebra de nossa soberania para atender a uma linha de conduta no processo econômico cujos resultados práticos são negativos para o povo e altamente prejudiciais ao nosso desenvolvimento - analisou Íris Resende.

Em aparte, o senador Ademir Andrade (PSB-PA) discordou do aumento linear para o funcionalismo público e defendeu percentuais de reajuste maiores para os que ganham menos. Ele também antecipou que apresentará uma proposta de emenda à Constituição determinando que todos os acordos com o FMI tenham que ser aprovados pelo Congresso. O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) afirmou que a política econômica do governo federal está levando o país ao empobrecimento.

- O governo está incorrendo em um sério equívoco: ao invés de se aliar ao povo, se alia ao mercado financeiro internacional - disse Valadares, acrescentando que palavras como "desenvolvimento" e termos como "bem estar social" deixaram de fazer parte do "dicionário" da equipe econômica.

22/08/2001

Agência Senado


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