Jarbas Vasconcelos diz que Câmara pode aprovar "enganação política", ao invés de reforma política



O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) afirmou nesta terça-feira (2) que a Câmara dos Deputados caminha para aprovar um "engodo, uma enganação", ao invés de uma verdadeira reforma política. Para ele, apesar dos "sérios esforços" do deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), relator da matéria, no final poderá haver apenas a aprovação uma medida que reduz de um ano para seis meses o prazo para filiação partidária e uma "janela para a infidelidade", abrindo espaço para um "troca-troca" partidário.

Vasconcelos afirmou que a Câmara "está fragmentada como nunca" e isso praticamente inviabiliza uma reforma política reclamada pela população, pois dificilmente os líderes conseguirão construir o consenso mínimo para "propostas mais ousadas".

- Nos últimos anos, a Câmara se transformou, de forma assustadora, no 'cemitério' da reforma política. Sei da disposição de alguns parlamentares em buscar a mudança, mas a maioria é beneficiária dessa verdadeira bagunça que existe hoje - argumentou o senador de Pernambuco.

Jarbas Vasconcelos ponderou ainda que, se for aprovado também o financiamento público de campanhas políticas, o Congresso passará à opinião pública a imagem de que os deputados e senadores só aprovam aquilo que é do seu interesse corporativo. "Ficaria a imagem de que o Congresso só se preocupa com questões pecuniárias", afirmou.

Para o peemedebista, o financiamento público de campanhas "precisa estar ao lado de outras medidas moralizadoras" da atividade política, como o fim das coligações proporcionais e a adoção do voto distrital misto. "Coligação proporcional, onde você vota no José e elege o João, é uma verdadeira aberração", disse. Jarbas Vasconcelos entende que o voto distrital misto reúne as vantagens da eleição proporcional e da majoritária.

- Se não existem condições políticas hoje para aprovar uma reforma política, vamos deixar este trabalho para o início da próxima legislatura. Não acho necessária a instalação de uma Constituinte para fazer a reforma, como chegaram a falar recentemente - recomendou o senador. 



02/06/2009

Agência Senado


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