José Nery defende entrada da Venezuela no Mercosul



O senador José Nery (PSOL-PA) fez um apelo em Plenário, nesta terça-feira (6), aos membros da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) para que aprovem, no próximo dia 29, a adesão da Venezuela ao Mercado Comum do Sul (Mercosul).

Rebatendo argumentos do relator da matéria, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que apresentou na comissão voto contrário à adesão da Venezuela ao Mercosul, José Nery citou os benefícios para o Brasil decorrentes do ingresso da Venezuela no bloco econômico.

José Nery destacou que nos últimos dez anos as exportações brasileiras para a Venezuela aumentaram 858%, passando de US$ 536,7 milhões em 1999 para US$ 5,1 bilhões em 2008. Nesse mesmo período, a balança comercial brasileira registrou uma variação de 1.151%, passando de um déficit de US$ 437,6 milhões em 1999 para um superávit de US$4,6 bilhões.

O parlamentar lembrou que desde 1994, quando foi firmado o Protocolo de Guzmania entre Brasil e Venezuela, o intercâmbio comercial com aquele país tem aumentado, fazendo com que o Brasil ocupe, hoje, a terceira posição nas compras venezuelanas, perdendo apenas para a Colômbia e os Estados Unidos, parceiros tradicionais daquele país.

Por sua vez, desde o ano 2000, a Venezuela ocupa a posição de segundo maior importador de produtos brasileiros na América do Sul, atrás apenas da Argentina, que, historicamente, tem sido o maior mercado na região para os produtos brasileiros.

José Nery lembrou ainda que a crise financeira internacional reduziu as exportações brasileiras em 20%, mas, apesar disso, a Venezuela foi responsável por quase 30% de todo o saldo da balança comercial brasileira no primeiro trimestre de 2009.

Com relação às criticas de Jereissati ao regime político vigente na Venezuela, José Nery citou vários fatos que em sua opinião comprovam a existência de democracia no país: a existência de uma oposição com capacidade de concorrer e ampliar seu contingente eleitoral; o funcionamento no país de nove jornais diários de grande porte e mais de 440 emissoras de rádio privadas, contra 167 públicas e dez comunitárias.

- Além disso, ela [a Venezuela] avançou ainda mais no conceito de democracia, ao criar um mecanismo de controle popular sobre o poder presidencial, por intermédio do chamado referendo revogatório - argumentou José Nery, referindo-se ao instrumento que permite que o eleitorado rejeite o mandato do presidente eleito, exatamente na metade de sua vigência.

Em apartes, os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Paulo Paim (PT-RS) manifestaram seu apoio ao pronunciamento de José Nery.



06/10/2009

Agência Senado


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