José Nery lembra terceiro ano do assassinato de Dorothy Stang



Em 12 de fevereiro de 2005 morria assassinada a missionária Dorothy Stang, aos 73 anos na cidade de Anapu, sudoeste do Pará, lembrou nesta terça-feira (12) o senador José Nery (PSOL-PA) ao discursar em Plenário. O crime ocorreu em um dos lotes do Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança, que a missionária ajudou a criar, como lembrou José Nery.

- Projeto que ela ajudara a criar como forma de defender a sobrevivência dos pequenos agricultores, ameaçados pelo avanço de um modelo devastador, baseado na grilagem de terras públicas, na extração ilegal de madeira, na utilização de mão-de-obra escrava - disse.

Para o senador, o crime não foi um fato isolado, mas sim uma de várias "mortes em função de conflitos agrários". A rapidez na prisão e julgamento dos pistoleiros e mandantes do crime, disse o senador, é um contraste frente a dezenas de outros assassinatos de lideranças rurais que continuam sem solução.

José Nery lembrou que os executores do crime, os pistoleiros Rayfran das Neves Sales e Clodoaldo Carlos Batista, foram condenados em dezembro de 2005 e continuam presos, assim como Amair Cunha, apontado como intermediário do assassinato. Já os fazendeiros acusados de serem os mandantes do crime - Vitalmiro Bastos de Moura e Regivaldo Pereira Galvão - estão soltos. De acordo com o senador, Vitalmiro já foi condenado a 30 anos de prisão, mas aguarda novo julgamento em liberdade; e Regivaldo, também em liberdade, ainda não foi a julgamento. Ambos, acrescentou o senador, também já foram denunciados pelo Ministério Público Federalpelo crime de submeter 28 trabalhadores a trabalho escravo.

O senador aproveitou para registrar a realização de um ato ecumênico nesta terça (12) em frente ao Tribunal de Justiça do Pará, em Belém, onde cerca de 200 manifestantes lembraram a morte de Dorothy Stang registrando que, dos 814 assassinatos ocorridos nos últimos 20 anos, apenas 90 já tiveram os processos judiciais concluídos.

José Nery defendeu ainda que a CPI que investigará os chamados cartões corporativos seja "ampla, geral e irrestrita", investigando o uso indevido dos cartões desde que foram instituídos, "no âmbito do governo anterior e do governo atual".



12/02/2008

Agência Senado


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