Mercadante diz que economia brasileira vive 'momento excepcional' e pede coragem para as reformas



O senador Aloizio Mercadante (SP), líder do PT, afirmou nesta terça-feira (17) que o Brasil "vive um momento excepcional" na área econômica a ponto de a revista inglesa The Economist ter previsto que o país poderá se tornar a quinta maior economia do mundo em 2014 - hoje, o país está em nono lugar. O senador pediu "uma agenda corajosa" para enfrentar os problemas estruturais que ainda restam, citando as reformas tributária e política.

Mercadante acredita que o Brasil poderá chegar à condição de quinta maior economia por ter voltado a crescer enquanto os Estados Unidos, o Japão e países da Europa ainda enfrentam problemas e podem demorar em sua plena retomada. Enquanto isso, observou, a China e a Índia conseguem crescimentos elevados, com importações maciças de matérias primas e alimentos. Ele acredita que o Brasil aproveitará essas oportunidades, lembrando que a agricultura brasileira é a terceira maior do mundo.

Fora isso, continuou o líder petista, "a distribuição de renda se moveu no Brasil" depois de muitas décadas, o que permitiu a criação de um mercado de consumo de massas, que hoje é fundamental na expansão da economia. Lembrou que 32 milhões de brasileiros chegaram nos últimos anos à classe média baixa e outros 17 milhões saíram da "linha de pobreza" com os programas sociais do governo, aumento do salário mínimo e oferta de crédito.

- Esse mercado de massas nos dará uma dinâmica interna de crescimento sustentável, acelerada, pelos próximos anos. É um diferencial fundamental: agricultura, mercado interno e matriz energética - disse.

Para ele, o etanol e o petróleo da camada de pré-sal serão fundamentais para garantir o desenvolvimento nos próximos anos. Mercadante previu que os países desenvolvidos "terão de cortar os subsídios" dados à sua agricultura e não podem competir com a eficiência brasileira nessa área.

No seu entendimento, o petróleo da camada de pré-sal irá "alavancar o financiamento das políticas públicas" e "liquidar a dívida pública".

- Em cinco, seis, dez anos o Estado brasileiro deixará de ter dívida e, portanto, sem pressão na taxa de juros, com mais capacidade de investimento, sem necessidade de aumentar impostos - previu Aloizio Mercadante.

O senador disse que o governo passado vendeu 1/3 da Petrobras por US$ 5 bilhões e, hoje, pelo valor de suas ações, a estatal vale US$ 208 bilhões. Ele criticou o fato de que, no governo passado, "lideranças importantes" terem defendido a privatização da Petrobras, citando uma frase do ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros.

Em aparte, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) sustentou que o PSDB "nunca defendeu a privatização da Petrobras" e que isso não foi dito por suas lideranças, como José Serra, Aécio Neves ou Geraldo Alckmin. Para ele, "se algum técnico renomado" ligado ao partido fez essa defesa "foi por vontade própria". Acrescentou que a boa situação econômica do Brasil se deve a políticas adotadas pelo governo Fernando Henrique Cardoso, a começar pelo Plano Real.

O discurso de Aloizio Mercadante foi aplaudido, em apartes, pelos senadores Roberto Cavalcanti (PRB-PB) e Marcelo Crivella (PRB-RJ).



17/11/2009

Agência Senado


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