Mulheres ainda têm muito a conquistar, apontam senadores



As mulheres ainda têm muito a conquistar em termos de direitos, apontaram nesta terça-feira (9) os senadores que discursaram na sessão do Congresso em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, realizada nesta terça-feira (9), no Plenário do Senado.

A senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) cumprimentou as homenageadas pela trajetória de luta, pela força, e pela referência que significam para todas as mulheres. Lúcia Vânia disse ter a honra de integrar a bancada feminina no Senado, composta por nove parlamentares, que, acima das diferenças partidárias, buscam conquistas que beneficiem as mulheres brasileiras.

O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) disse que apesar dos avanços no sentido da valorização feminina, um longo caminho ainda deve ser perseguido. Em sua opinião, é necessário caminhar com mais rapidez para se chegar ao fim da discriminação em relação às mulheres. Ele lembrou as reivindicações das 129 operárias norte-americanas - mortas em 8 de março 1857 - por melhores condições de trabalho, ainda não foram totalmente atendidas no mundo e no Brasil. Uma trabalhadora brasileira, disse ele, recebe em média 71,3% do que um homem recebe pelo mesmo trabalho; e uma mulher com curso superior tem salário em média 40% inferior ao de um homem na mesma função.

A senadora Fátima Cleide (PT-RO) fez homenagem especial às trabalhadoras da educação que, como informou, estão deflagrando greve para que seja implantado em todo o país o piso salarial para a categoria, conforme aprovado pelo Congresso. A senadora lembrou que a implantação do piso estaria dependendo de posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF), razão pela qual ela iria àquela Corte na tarde desta terça-feira (9).

O senador Roberto Cavalcanti (PRB/PB) saudou o crescente papel das mulheres na sociedade contemporânea. Ele disse que o preconceito de gênero ainda persiste nos setores mais atrasados, mas ressaltou que o dia de hoje não é para lamentações, mas para enaltecer as conquistas. O senador observou que, entre estudantes e universitários as mulheres são maioria do mesmo modo que o são no mercado de trabalho que exige maior escolaridade, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ele também fez homenagem especial à médica Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, falecida no dia 12 de janeiro, no terremoto do Haiti.

O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) chamou atenção para o papel central e insubstituível que desempenham as mulheres na família, no ambiente de trabalho, na política e em todos os setores sociais. Ele destacou projetos de sua autoria que beneficiam as mulheres, como o PLS 54/05, em tramitação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), que cria o juizado especial cível da mulher, com objetivo de agilizar a tramitação de processos como os de reconhecimento de paternidade e os de guarda de filhos; e o PLS 283/08 que define crimes resultantes de discriminação contra a mulher nas relações de trabalho, em tramitação na Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

A senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN) disse ser necessário dar ênfase à luta pela saúde das mulheres. Uma das maiores violências contra as mulheres, em sua opinião, é negar-lhes o direito a tratamento de qualidade. A senadora, que é médica, lamentou o fato de que o Brasil ocupe a 65ª posição no ranking da mortalidade materna. Ela defendeu também a licença maternidade de seis meses para todas as mulheres, destacando a importância da medida não apenas para as mulheres, mas, sobretudo, para os seus filhos.



09/03/2010

Agência Senado


Artigos Relacionados


Serys lembra que ainda há muito o que conquistar em defesa das mulheres

Mão Santa: apesar da LDB, ainda há muito a conquistar na educação

Aproveitamento de terras raras ainda é muito baixo no Brasil, apontam especialistas

Café com a Presidenta: "A nossa ideia é dar condições para que as famílias muito pobres possam conquistar um trabalho "

Serys convoca mulheres a conquistar mais espaço na política

Ney Suassuna diz que ainda há muito o que mudar