Saturnino destaca resultados do Fórum Social Mundial



O Fórum Social Mundial, encerrado nesta terça-feira (dia 30) em Porto Alegre, "revelou o sentimento da sociedade no sentido de firmar uma posição contrária à globalização neoliberal e de que é perfeitamente possível mudar este modelo", afirmou o senador Roberto Saturnino (PSB-RJ). Elogiando a organização do encontro, o senador ressaltou a compreensão de que é essencial para o Brasil construir alianças internacionais, não só com países do terceiro mundo ou da América Latina, mas com os países mais ricos e seus partidos políticos.

O senador, que participou do encontro, apontou os pontos de consenso entre os participantes do fórum, como a proposta de revisão das dívidas dos países mais pobres "a partir de critérios de justiça e não de banqueiros"; a luta pela tributação da movimentação financeira em todo o mundo, como forma de diminuir a especulação e de criar um fundo de desenvolvimento para auxiliar países pobres; a guerra contra os paraísos fiscais e o sigilo bancário; e a luta contra o desemprego.

- Permeando todos esses consensos, está a decisão de constituir luta contra todas as formas de corrupção e falta de transparência na política, nas transações comerciais e financeiras. É a ética como afirmação de uma nova democracia - explicou o senador.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que também participou do fórum, disse que ganhou mais força a proposta de assegurar uma renda básica incondicional em todos os países. Segundo ele, enquanto o encontro em Davos, na Suíça, tinha como único interesse saber se a cotação das ações das multinacionais iria subir ou descer, em Porto Alegre a preocupação foi com os direitos humanos, a cidadania e a qualidade de vida.

Destacando a preocupação de Saturnino com os problemas sociais, o senador José Alencar (PMDB-MG) anunciou que pretende apresentar projeto para obrigar todo homem público ocupante de cargo, eletivo ou não, a abrir seu sigilo bancário e fiscal. A medida alcançaria inclusive as empresas de sua propriedade. Alencar também defendeu a participação do estado na economia, ao lado da iniciativa privada e em setores distintos.

30/01/2001

Agência Senado


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