Senado aprova programação monetária para o 4º trimestre



Depois de longos debates que levaram inclusive à suspensão da sessão, o Plenário do Senado aprovou nesta quinta-feira (30) o projeto de decreto legislativo (PDL nº 800/2003) que ratifica a programação monetária feita pelo Conselho Monetário Nacional para o quarto trimestre deste ano. Os senadores reclamaram da sistemática de análise do tema pelo Senado, já que, segundo eles, a programação monetária tem sido sistematicamente enviada para análise da Casa depois de o período a que se refere já haver sido iniciado.

O relator da matéria na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), senador Paulo Octávio (PFL-DF), lamentou que, pela intempestividade, o Senado acabe realizando apenas uma votação protocolar do assunto. Ele cobrou que a programação monetária chegue com maior antecedência e anunciou que, a partir do próximo ano, o PFL vai se posicionar contrariamente às propostas que chegarem à Casa com o prazo vencido.

O senador Almeida Lima (PDT-SE) votou contrariamente ao projeto por acreditar que a programação monetária não é capaz de pôr um fim à recessão que leva ao desemprego. Para ele, que foi acompanhado no voto pela senadora Heloísa Helena (PT-AL), o Senado não deveria tratar a votação do projeto como um procedimento formal, já que a Casa tem o poder de reprovar a matéria, que tem grandes efeitos sobre a economia do país.

- A geração de emprego só pode ser feita com crescimento econômico e com uma base monetária ampliada e não restritiva, como se vê hoje. Como é que o Senado não discute a programação monetária e os rumos da vida econômica do país? Não precisamos de Fome Zero, o que o povo precisa é de emprego, o que só se conquista com desenvolvimento econômico - disse, acusando o governo de tratar o Parlamento de forma desrespeitosa.

O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), relator da programação monetária referente ao trimestre anterior, disse que a metodologia de elaboração da programação monetária não atende as exigências da política econômica praticada atualmente, baseada no controle da inflação por meio da taxa de juros.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) sugeriu que a presença do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, na CAE, prevista para o dia 11 de novembro, para discutir os termos no novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), será o momento adequado para discutir a política econômica do governo. Ele disse que vai pedir que a programação monetária seja encaminhada ao Senado com maior antecedência.

Para o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), o Senado precisa cuidar de sua auto-estima e cobrar o cumprimento de prazos. Ele registrou que o governo tem enviado matérias à Casa quando não há mais o que deliberar. Assim como Antero e Almeida Lima, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) reclamou da realização da votação sem que houvesse quórum suficiente, motivo que levou à suspensão da sessão para detalhamento dos procedimentos adotados pela Mesa na condução dos trabalhos.



30/10/2003

Agência Senado


Artigos Relacionados


Senado aprova programação monetária para o 4º trimestre

Senado aprova programação monetária para o terceiro trimestre de 2013

Senado aprova programação monetária do primeiro trimestre

Senado aprova programação monetária referente ao 1º trimestre de 2009

Senado aprova programação monetária do quarto trimestre de 2006

Senado aprova programação monetária para dois últimos trimestres de 2010 e primeiro trimestre de 2011