Senadores dizem que proposta tutela vontade do eleitor



Os senadores que se posicionaram contra o projeto que proíbe parentes de candidatos ao Senado de serem registrados como suplentes na mesma chapa argumentaram que a proposta procura tutelar a vontade do eleitor. O senador Bello Parga (PFL-MA) disse que a proposta da senadora Marina Silva (PT-AC), rejeitada nesta quarta-feira (17), parte de premissas equivocadas de que o eleitor não sabe votar e de que o processo de escolha dos candidatos a senador e seus suplentes são comandados apenas pelas direções partidárias.

- Ao eleitor deve ser delegado o direito de escolher o seu candidato - resumiu Parga.

O senador Edison Lobão (PFL-MA) afirmou que o projeto cria mais uma inelegibilidade, inadequada, na medida em que os ocupantes de cargos no Executivo podem até mesmo se candidatar à reeleição, sem precisarem se desincompatibilizar. "Se não há restrições para aqueles que estão no governo, como podemos restringir para um mero suplente de senador?", perguntou Lobão.

Apesar de reconhecer as boas intenções da autora do projeto, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) disse que a proposta contém "o terrível desejo da tutela". Requião defendeu a obrigatoriedade de que se divulguem as candidaturas dos suplentes.

- A lei não pode substituir a vontade do povo. O parentesco, se não é título, não será estigma - disse Requião.

A senadora Heloísa Helena (PT-AL) rechaçou o argumento de que o projeto procura tutelar a vontade do eleitorado. "Não estamos subestimando o eleitor, mas será possível que, em um partido, a única pessoa capaz de ser suplente seja parente do candidato?", questionou.

17/10/2001

Agência Senado


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