Augusto Botelho não aceita intromissão norte-americana em assuntos nucleares do Brasil



Após narrar a história das atividades brasileiras na área de energia nuclear, iniciada na década de 50, o senador Augusto Botelho (PDT-RR) manifestou sua discordância e descontentamento com as recentes pressões do governo norte-americano para que o Brasil assine o protocolo adicional aos acordos de salvaguardas contra armas nucleares. Para ele, esse tipo de ação estrangeira atenta contra a soberania nacional e impede o desenvolvimento comercial do país neste setor.

Segundo o senador, as pressões têm duas motivações: uma econômica e outra estratégica. No caso da primeira, Botelho observou que o Brasil possui enormes reservas de urânio e tecnologia própria e comercialmente competitiva para a produção de combustível. "Com a submissão aos interesses externos, o Brasil deixaria de ser exportador, para tornar-se um insignificante jogador no bilionário mercado de combustível nuclear", avaliou.

No que diz respeito às questões estratégicas, o parlamentar observa que "não são do agrado de países que têm como opção política permanente a intervenção militar - independente da aprovação da Organização das Nações Unidas (ONU) - que um país detenha tecnologia para produzir artefatos inibidores".

Augusto Botelho lembrou ainda que o Brasil tem tradição pacífica, o que pode ser constatado na própria Constituição, que veda o emprego de energia nuclear para fins que não sejam pacíficos.

- Recrudescer as regras de vigilância sobre as atividades atômicas, exercidas autonomamente pelo Brasil, constitui uma afronta à nossa soberania. Portanto não podemos admitir ingerência dos Estados Unidos ou de qualquer outro país, impondo vetos sobre atividades pacíficas com grande significado comercial, como é o enriquecimento do urânio.



06/04/2004

Agência Senado


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