Brasil e BID discutem cooperação pela igualdade racial



A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, se reuniu na quinta-feira (9), em Brasília, com executivos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Também participaram do encontro a assessora da Unidade de Gênero e Diversidade, Judith Morrison, e o chefe de Operações no Brasil, Juan Carlos De La Hoz, ambos do BID. 

O objetivo da reunião foi conhecer a experiência brasileira na gestão de políticas afirmativas de igualdade racial com intenção de levá-las a outros países. Outro propósito foi a identificação de áreas ou atividades possíveis de estabelecimento de cooperação entre a instituição financeira e a Seppir pela promoção da igualdade racial no Brasil. 

Segundo Morrison, além de outras iniciativas que favorecem o ambiente para implementação de ações afirmativas, o Brasil se destaca na coleta de dados censitários com abordagem do recorte de raça, área em que outras nações ainda demonstram dificuldades. “Nós pensamos em replicar a experiência do Brasil, que é referência mundial em políticas de igualdade racial, mas implementamos também ações bem-sucedidas em outros países, a exemplo do combate à mortalidade materna no Peru, onde foi promovida uma ampla difusão de procedimentos preventivos e alternativos, como o parto vertical, nos postos de saúde”, explicou. 

De acordo com a ministra Luiza Bairros, a atual gestão da Seppir está pactuando sua política com os demais ministérios, ”principalmente nesse momento de elaboração do Plano Plurianual, o PPA 2012-2015, cujo modelo estimula a intersetorialização”. Ela disse que a secretaria concentrará atenção nas intervenções em comunidades quilombolas, no que se refere à infraestrutura social; no Programa Brasil sem Miséria, que tem um público alvo constituído por 71% de afrobrasileiros; e no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec), visando aumentar a incidência da juventude negra nos cursos técnicos e tecnológicos, considerando os índices elevados de vitimização por homicídio desse segmento. 

“A ideia é trazer a população afrodescendentes para dentro dos programas de governo, a exemplo do Brasil sem Miséria, a partir da capacitação dos agentes que atuarão nessa iniciativa para que eles reconheçam os miseráveis, que são negros, jovens e estão concentrados, principalmente no Nordeste”, declarou a ministra. 

No que diz respeito à cooperação direta entre as duas instituições, foi discutida a viabilidade de observação da diversidade no recrutamento e seleção de profissionais para atuarem junto ao BID. Segundo De La Hoz, por estar alinhada com o planejamento estratégico do banco, a proposta pode ser pensada não só para a ocupação de cargos, mas também para preenchimento de vagas de programas de estágio.

 

Fonte:
Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial



10/06/2011 15:35


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