JÚLIO CAMPOS DEFENDE PERÍODO DE 90 DIAS PARA CAMPANHA ELEITORAL



O senador Júlio Campos (PFL-MT) advertiu hoje (21) sobre a necessidade de o Senado analisar com atenção alguns itens do projeto da lei eleitoral que regulamentará as eleições de 1998 e que, a seu ver, poderá chegar à Casa "na última hora". Ele entende que o período de campanha precisa ser de no mínimo 90 dias e o horário gratuito destinado às mensagens partidárias deve ocorrer pelo menos por 60 dias "como vem reivindicando a Oposição nas duas casas do Congresso Nacional".

Júlio Campos entende que os senadores devem analisar o Brasil como um todo e observar as características próprias das diversas unidades da federação. Na sua opinião, nos estados pequenos ou bem servidos pelos meios de comunicação se poderia fazer campanha com menor prazo. Entretanto, em estados grande como Amazonas, Mato Grosso e Pará "é de vital importância" um tempo maior tanto para a campanha como para o horário gratuito.

- Concordo em grau, número e gênero que o PT, o PPS, o PDT e outros partidos que compõem a frente de oposição devam contar com a nossa solidariedade para que o horário eleitoral seja realmente de 60 dias, a fim de que eles também possam mostrar sua mensagem e disputar a eleição. Eles têm razão quando dizem que o presidente da República e os governadores têm todo o tempo disponível no rádio e na televisão e que os partidos de oposição só terão os 60 dias para discutir seu programa de governo - afirmou.

Júlio Campos admitiu como corretas opiniões expostas em aparte pelosenador Pedro Simon (PMDB-RS). Assim, manifestou-se favorável a que o candidato se apresente ao vivo nos horários gratuitos de rádio e televisão, considerando que hoje existe "uma verdadeira indústria" de publicidade nas campanhas eleitorais. Essas, por sua vez, devem ser financiadas com dinheiro público. "O uso do dinheiro público vai moralizar os costumes", garantiu.

O senador apoiou ainda a idéia de que o presidente da República e governadores não participem de inaugurações nos últimos 60 dias da campanha. Ele disse não entender "por que o PFL, um partido que tem somente três governadores e em 24 estados é oposição está forçando a barra e exigindo a participação do presidente da República e dos governadores em inaugurações de obras". Mas afirmou que apoiará Fernando Henrique, "que não precisa usar as máquinas das inaugurações para ser reeleito".

Respondendo a questões levantadas em aparte pelo senador Esperidião Amin (PPB-SC), Júlio Campos disse ter sido um "blefe" a idéia que circulou no Congresso, antes da votação da matéria, de que a emenda da reeleição obrigaria os governadores e prefeitos a desincompatibilizarem-se para concorrer a um novo mandato.

- Às vésperas da votação da emenda da reeleição apareceu aqui um estudo que se dizia ser da Procuradoria-Geral da República. Neste o procurador Geraldo Brindeiro afirmava que o governador e os prefeitos estariam enquadrados, mesmo com a emenda da reeleição, na lei que os obrigavaa se afastarem dos cargos, com seis meses de antecedência, para disputarem outro mandato - lembrou o senador, ao manifestar sua surpresa pelo fato de agora, o procurador da República ter assinado parecer contrário a essa regra.

SARNEY E MERCOSUL

Júlio Campos congratulou-se com o senadorJosé Sarney (PMDB-AP) , "pelo corajoso pronunciamento feito ontem (dia 20) da tribuna, em que acusou os EUA de tentar boicotar o Mercosul, criando atritos entre Brasil e Argentina". Para Júlio Campos, Sarney fez "um discurso de estadista, de um homem público, que conhece os problemas nacionais e internacionais".

Por outro lado, Júlio Campos fez um apelo ao presidente Fernando Henrique e ao ministro de Minas e Energia, Raimundo Brito, para que o estado de Mato Grosso não seja excluído do projeto do gasoduto Brasil-Bolívia. Esse empreendimento, a seu ver, representa um marco histórico na trajetória do estado rumo ao desenvolvimento equilibrado.



21/08/1997

Agência Senado


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