Valdir Raupp defende permanência do PMDB no governo
O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) classificou nesta sexta-feira (26) de "incoerente" uma suposta saída do PMDB da base de sustentação do governo, "no exato momento em que a economia brasileira começa a crescer".
Para o senador, nada impede que o partido continue a tomar parte e apoiar o governo, como vem ocorrendo, e lance candidato próprio à Presidência da República no final do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele citou o exemplo do PFL que, mesmo apoiando o governo do ex- presidente Fernando Henrique Cardoso, lançou o nome da então governadora Roseana Sarney à Presidência.
Reforma tributária
Raupp também defendeu uma ampla reforma no sistema tributário nacional, destinada a estimular o desenvolvimento, promover a distribuição da riqueza e induzir a justiça social. Ele observou que a atual estrutura tributária consegue "a proeza" de reunir todas as características indesejáveis, como a onerosidade e complexidade. Ele condenou ainda o que chamou de voracidade tributária do governo que, notou, "parece não ter limites".
- Estudos mostram que a carga tributária chegou a 38,11% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre deste ano. Portanto, nesse período, os contribuintes deixaram mais de R$ 311 bilhões nos cofres públicos nos três níveis de governo, evidenciando que ao final do ano o governo vai contabilizar mais um recorde de arrecadação - previu o senador.
Raupp salientou que não se pode culpar apenas o presidente Lula pelo aumento dos impostos, já que ele não criou, por exemplo, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) ou a Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide). Esses encargos, observou, foram criados no governo Fernando Henrique.
O senador entende que, cada vez mais, a tributação vem se constituindo em um ônus insuportávelpara os empreendedores e para os assalariados, sufocando, a seu ver,as possibilidades de um maior crescimento da economia. Ele disse que a tributação brasileirafunciona, inúmeras vezes, como um Robin Hood às avessas, ou seja, onera os pobres para subvencionar e subsidiar os ricos.
> Alberto Silva sugere a Lula que ouça o PMDB
26/11/2004
Agência Senado
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