Aprovada autorização para Executivo criar Agência Nacional de Energias Renováveis




Proposta que autoriza o Poder Executivo a criar a Agência Nacional de Energias Renováveis (Aner), voltada para a utilização das formas mais limpas de transformação de energia e para seu uso sustentável, como é o caso da eólica e da solar, foi aprovada nesta quinta-feira (28) pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI).

Pelo projeto de lei (PLS 495/09), que segue agora para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), em decisão terminativa , a nova agência terá como objetivo institucional a coordenação do processo de transição do uso intensivo de energias não renováveis para formas renováveis, bem como o estudo e a elaboração de políticas públicas para apoiar o aprimoramento da matriz energética nacional, visando ao desenvolvimento sustentável.

Segundo Marcelo Crivella (PRB-RJ), autor do projeto, a energia renovável é uma das soluções "inadiáveis para a garantia sustentável do planeta, por se tratar de uma energia barata, limpa e confiável".

Na justificação da proposta, ele lembra que, em 2009, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou a Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena), com o objetivo de promover uma rápida transição para o uso de energias desse tipo em escala global. Para Crivella, a criação da Aner, além de facilitar o diálogo com a Irena, vai integrar o país mais rapidamente nessa nova realidade mundial.

O relator da matéria, senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), concorda com o autor. Ele lembra que o Brasil, por ser "dono de um invejável potencial desse tipo de transformação energética, dará um grande passo ao criar uma agência nacional semelhante à Irena.

Controvérsia

Alguns membros da comissão questionaram, no entanto, a necessidade de criação de uma nova agência reguladora no país. O primeiro a se posicionar foi Cyro Miranda (PSDB-GO), para quem a nova autarquia pode aumentar o chamado "custo Brasil' e servir ainda de "flanco para abrigar apadrinhados". A mesma opinião foi externada por Blairo Maggi (PR-MT). Para ele, a agência poderá se transformar em mais um "órgão burocrático".

Para resolver a questão, Flexa Ribeiro chegou a sugerir a realização de uma audiência pública para debater a necessidade de criação da Aner, mas foi alertado por José Pimentel (PT-CE) que a proposta ainda vai ser analisada pela CCJ.

Pimentel explicou que, por não haver previsão constitucional para projetos de caráter "autorizativo" - isto é, que não precisam ser obrigatoriamente implementados -, a Câmara dos Deputados tem arquivado todas as propostas nesse sentido e as encaminhado em forma de sugestão ao Executivo.

Segundo informou, projeto que busca resolver esse problema, criando uma nova forma de proposição (PRS 74/09) para possibilitar a sugestão de senador a outro poder, já está aguardando votação no Plenário do Senado. Enquanto isso, a CCJ tem optado por não colocar na pauta propostas de cunho autorizativo.

Aeroportos

A CI também aprovou na reunião a realização de audiência conjunta com outras comissões para debater a situação do tráfego aéreo no país.

Segundo explica a autora de um dos requerimentos, senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), serão discutidas as condições da infraestrutura aeroportuária, os investimentos programados para o setor, os aspectos econômicos da modernização e da ampliação da estrutura atual e as suas implicações com os eventos esportivos de relevância internacional, a exemplo da Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. A senadora Vanesssa Grazziotin (PCdoB-AM) é a autora do outro requerimento.

Serão convidados para o debate o presidente da Empresa Brasileira de InfraestruturaAeroportuária (Infraero), Antônio Augusto Matos do Vale; o diretor-presidente interino da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Carlos Eduardo Pelegrino; e o ministro da Secretaria Nacional de Aviação Civil, Wagner Bittencourt de Oliveira.

Para ver a íntegra do que foi discutido na comissão, clique aqui.



28/04/2011

Agência Senado


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